desenhistas preconceituosos e intolerantes não entendem da arte de viver
estou fazendo a pré-venda de um novo livro de imagens.
ele se chama gordinhas.
gordinhas é a compilação de cerca de 120 dos 150 desenhos que fiz entre o final de 2015 e o começo de 2016.
como muita coisa que faço, começou quase que do nada.
faço um desenho, faço outro e dali a pouco são eles que mandam.
meio como dizem que é nos quadrinhos e na literatura.
os personagens vão chamando seus amigos e amigas, chegam chegando e quando me dou conta, tenho uma centena de novos parceiros.
daí esses personagens mandam vc fazer um livro com eles. e eu obedeço.
aconteceu assim com o moças finas em 2006, com o árvres em 2011 e com o filosofias baratas me são as mais caras em 2014.
pois bem, o gordinhas veio assim, sem levantar bandeiras, sem discurso porque, cá entre nós, o mundo está ficando chato a beça.
e é sobre isso que se trata este post.
na semana passada postei na rede um desenho.
é este:
faz parte dos que tenho feito para anunciar que a pré-venda está no catarse.
até aí, tudo bem. compra quem quer, gosta quem quer, ignora quem quer e não compra quem não quer.
publiquei na grande imprensa a vida toda e sei que quem tem um trabalho público está sujeito a dias de sol e a intempéries.
às vezes vc acerta e às vezes erra feio.
nesse ponto, sempre acho bom eu não ter escolhido ser cirurgião.
o erro faz parte das descobertas de qualquer artista. da medicina, não.
esse desenho foi parar numa página de desenhistas no facebook da qual eu nunca havia ouvido falar e que tem, em seu corpo, surpreendentes mais de 102 mil participantes.
as primeiras manifestações com relação ao post foram essas:
ok, alguém responder que não (apoia) é normal. faz parte do jogo.
mas "gorda fede'?
oi?
fui dar uma olhada no grupo e ele é formado, em sua grande maioria, por jovens. mesmo que essas não sejam a opinião da maioria, o que se vê a seguir é assustador.
em dois minutos, guerreiros de várias tribos entram em confronto de maneira tão irracional que é difícil não acreditar que, de fato, voltamos à barbárie.
não há mais opiniões, não há mais artistas, não há mais jovens desenhistas, nem opiniões sensíveis.
há tacapes e banhos de óleo quente.
e daí, ladeira abaixo.
a guerra entre coxinhas e mortadelas, entre camisas amarelas e vermelhas, entre polícia e bandidos, entre nordeste e sudeste, entre tom e jerry toma proporções assustadoras e eu penso: gente, é um livro! por acaso um livro sobre personagens gordos (são desenhos de humor, não de seres humanos!) e irremediavelmente de bem com a vida!
estar de bem com a vida é uma arte.
entender o mundo e as pessoas, ser tolerante, ser justo, aceitar diferenças e pontos de vista contrários faz parte.
e esse ponto de vista obtuso ataca não só desenhos e livros mas peças de teatro, exposições, música, literatura.
estar de bem com a vida é uma arte.
arte que, um grupo de desenhistas jovens e preconceituosos não tem a menor ideia do que seja!
abaixo, o circo de horrores continua:
Gordinhas
de Orlando Pedroso ©2017
14 x 14 cm
240 páginas full color
Capa almofadada
Projeto de Raquel Matsushita
Prefácio de Laerte Coutinho
Fantasma Editora
fantasmaeditora@uol.com.br
R$60
Lançamento
dia 28.11.2017
a partir das 19h30
Bar Genial
R. Girassol, , 374
05433-000 – Vila Madalena – São Paulo – SP
(11)3812 7442
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