paraibano shiko lança "talvez seja mentira" hoje em são paulo
o quadrinista, ilustrador, pintor e grafiteiro paraibano shiko desenha muito.
e vc pode entender isso de duas formas: na qualidade e na quantidade.
depois do belíssimo o azul indiferente do céu, que trata do assassinato do ativista colombiano héctor abad gómez em 1987, shiko traz talvez seja mentira, outra produção independente recém lançada na bienal de são paulo.
é um álbum no formato 15×10, com duas extremidades em cartão e que flerta, de leve, com a linguagem dos famosos catecismos de carlos zéfiro. em cada lado, da sanfona, uma história.
abaixo, entrevista com o artista que lança hoje seu livro na gibiteria:
blogdoorlando – "talvez seja mentira" é uma história com dois lados e num formato sanfonado. como surgiu essa idéia?
Shiko – Eu queria que o livro fosse um objeto bonito, tenho cá meu fetiche por livros e um livreto de 16 páginas não me parecia o adequado para essa intenção. Buscando um formato mais interessante, cheguei nessa solução do livro sanfonado entre capas duras e dentro de uma luva. É um livro que precisa ser despido para ser lido.
blogdoorlando – essa é a maneira como vc trabalha ou a cada projeto o processo é diferente?
Shiko – Uma das vantagens da auto-publicação é que cabe somente ao autor essas escolhas. No meu último livro, "O azul indiferente do céu", eu queria que o papel do miolo transmitisse essa coisa de "papel jornal" ao tato já que a notícia impressa era um elemento importante no roteiro. Assim, cada projeto me pede particularidades gráficas que tento atender, dentro do possível.
blogdoorlando – qual sua relação com a tecnologia? como você lida com o papel e computador?
Shiko – Meu processo é totalmente analógico. Gosto de papel, de tinta, de tocar nas coisas, sentir o cheiro, um negócio de velho. O meu pós digital é basicamente escanear e dar um tapa nos contrastes. Até as fontes eu prefiro fazer a mão, direto na página.
blogdoorlando – como vc vê a cena dos quadrinhos e, em especial, na paraíba?
Shiko – É consenso que os quadrinhos no Brasil vivem, talvez, o seu melhor momento. Na produção independente isso é claro, não só no volume de publicações mas na diversidade de temas, técnicas e propostas narrativas.
Na Paraíba não é diferente. Mesmo sendo um estado com alguma tradição em quadrinhos, nunca houve tantos autores propondo tantas coisas diferentes. Tem gente desenhando e publicando todo tipo de coisa, seja individualmente como eu e o gabriel jardim, seja coletivamente como o made in pb ou o coletivo wc.
blogdoorlando – quais foram suas maiores influências?
Shiko – A revista Animal, o Conam dos anos 90, o Eisner, a Chiclete com Banana, A Sessão da tarde, Rubem Fonseca, João Antônio, Claudio Assis, Mutarelli, Gipi, Mingus, Sganzerla, Watson Portela, Benício.
blogdoorlando – o que vc faz além de quadrinhos? do que vc vive?
Shiko – Eu sou ilustrador. Desenho campanhas publicitárias e faço ilustrações para livros e revistas. Acho que esse é um padrão para quase todos os autores de quadrinhos. Ninguém vive de quadrinhos no Brasil.
Além disso sou pintor e faço exposições dos meus trabalhos de quando em quando e o Graffiti, que é a minha hora do recreio com os amigos aos domingos, me rende qualquer coisa de vez em quando.
blogdoorlando – vc já tem algum outro projeto na agulha?
Shiko – Sim, tem um quadrinho de terror saindo de baixo da cama em breve.
serviço:
TALVEZ SEJA MENTIRA" de SHIKO
03.09.2014, quarta-feira
a partir das 19 horas
Gibiteria
Endereço: Praça Benedito Calixto, 158, 1º andar
Pinheiros – São Paulo – SP
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