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pizzolato deveria receber benefícios da delação premiada já

Orlando

06/02/2014 16h23

henrique pizzolato, ex-diretor do bb condenado a 12 anos e 7 meses de prisão por seu envolvimento no esquema do mensalão foi preso em pozza, distrito de maranello, na itália.

ficam agora algumas questões. pizzolato tem cidadania italiana, obtida através de sua mulher, andrea eunice haas.
o ministro da justiça, josé eduardo cardozo, disse que o governo pedirá a extradição de pizzolato mas ministros do stf acham difícil já que a lei italiana proíbe a extradição de seus cidadãos.
além disso, ele deverá ser julgado na itália por uso de documentos de identidade falsos. ele tirou um passaporte em nome do irmão morto faz 35 anos.
nesse caso, cesare battisti também faz sombra. condenado na itália, o governo lula não aceitou o pedido da itália de extradição.
se for dente por dente, cria-se o impasse.

pizzolato é um arquivo vivo. haverá um empenho muito grande do governo petista em trazê-lo de volta?
se acharmos que os mensaleiros têm as mão sujas, duvido.
digo isso porque segundo se apurou, pizzolato começou seu plano de fuga em 2007, 5 anos antes de ser condenado.
num exercício de ficção vejo um diretor do bb sacando que a casa caiu e que tem que se virar de algum jeito. nessas horas é cada um por si e já que ninguém sabia de nada, ninguém via nada, era perigoso a corda quebrar no lado mais fraco.
se isso fosse verdade, neste ponto, em 2014, seria o maior indício de que alguma coisa aconteceu ali.
por isso, acho que ele já deveria obter as benesses da delação premiada a partir de agora.

pizzolato não esperou para ver o que ia dar.
ele sabia, na minha ficção, claro, que ia dar merda e achou melhor botar sebo nas canelas.
de fato foi condenado e talvez não tenha imaginado que o pt tivesse tantos amigos que ajudariam na hora de honrar com a devolução do dinheiro abocanhado nem que tantos amigos poderiam oferecer emprego.

achou melhor agir por conta própria, usando esquemas escusos (talvez nenhum deles saiba agir de outra forma) e não dar mole pro azar.
o azar chegou do mesmo jeito.
ele foi em cana, a justiça começa sua negociação mas a dúvida fica.
se não houve mensalão, se todos são inocentes, se são vítimas das armações da imprensa, por que pizzolato teria que bolar um plano tão espetacular de fuga?

na minha ficção, o personagem deveria voltar ao brasil e falar tudo.
inocentaria os inocentes, entregarias os bandidos.
mas isso seria na minha ficção.
nada garante que vá acontecer.

Sobre o autor

Orlando Pedroso é artista gráfico e ilustrador, trabalhou com praticamente todas as publicações da grande imprensa. Foi colaborador da Folha de S. Paulo de 1985 a 2011. Ilustrou mais de 60 livros infanto-juvenis e é co-autor de “Livro dos Segundos Socorros” e “Não Vou Dormir” – finalista do prêmio Jabuti de 2007 nas categorias “ilustração” e “melhor livro”. Foi vencedor do Prêmio HQ Mix de melhor ilustrador nos anos de 2001, 2005 e 2006. Expôs nas mostras individuais como “Como o Diabo Gosta”(1997) , “Olha o Passarinho!”(2001), “Uns Desenhos” e “Ôtros Desenhos” (2007). Em 2008, faz uma exposição retrospectiva de 30 anos de trabalho como artista convidado do 35º Salão de Humor de Piracicaba.- É autor dos livros Moças Finas, Árvres e do infantil Vida Simples, e membro do conselho da SIB – Sociedade dos Ilustradores do Brasil.

Sobre o blog

Este blog trata de artes gráficas, ilustração, cartum, quadrinhos e assuntos aleatórios.

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