natal sem luzes é reflexo da situação do país
dias atrás escuto na tv o ex-presidente lula dizer, numa propaganda no meio do jornal, que "eles" querem acabar com o bolsa família mas que o pt não iria deixar. concluia, como sempre, que o programa tirara milhares da miséria então que era melhor deixar "eles" falarem sozinhos.
em que país vive o lula?
ou em que planeta vivo eu que não escutei um único acorde propondo tal mudança?
que o bolsa família é um programa de pernas curtas, sim, e eu concordo mas acabar com ele acho bem difícil.
aliás, impossível.
o ex-presidente colocou a campanha na rua muito cedo – provavelmente muito mais cedo do que a própria dilma gostaria – e paralisou o governo. congresso, senado e todas as bancadas tiveram que levantar barracas e sair a campo com bandeiras desordenadas, sem planejamento algum.
basta olhar as alianças e os projetos apresentados nos últimos dias.
continuamos fazendo puxadinhos nas favelas, nos aeroportos e no projeto de um país melhor.
com tamanho improviso, não há jeitinho que dê conta.
guido mantega, num acesso de sinceridade ou num ato falho sem tamanho, declarou que a economia caminha manca das duas pernas, coisa que, aliás, todo mundo sabe e sente na pele.
dilma, deu-lhe um pito e disse que quem tá manco da cabeça é ele.
pode fazer declaração dessas em plena campanha?
aí, tira airbag e freio abs dos carros para segurar inflação.
a indústria automobilística, que de boba não tem nada, já ameaça com demissões e pede benefícios mesmo tendo tido meses para se preparar para a lei que entra em vigor a partir de janeiro.
saudades de quando o chuchu era o culpado…
as manifestações de junho deram toda a munição para que a oposição acordasse mas parece que o barulho foi pouco e talvez tenham que sair de seu sono profundo para lidar com um problema do tamanho de um trem.
o pt e, especialmente lula, na falta de uma oposição real, cria factóides como esse do fim da bolsa família para justificar algum tipo de ataque.
nesses últimos 10 anos, aliás, o pt se especializou em atacar na campanha e a ter que se defender de suas próprias lambanças durante todo o período de governo num moto contínuo aborrecido.
enquanto isso, ficamos nós assistindo esse teatro enfadonho e triste.
em são paulo, não há luzes de natal, não há enfeites nas casas ou em lojas e isso parece ser o retrato de nossa situação.
o "espírito natalino", já perdido de suas origens religiosas, se concentra nos shoppings, na 25 de março e bancos da avenida paulista.
as pessoas continuam, em pleno dezembro, acelerando preocupadas com as contas, com as incertezas do próximo ano, com trabalho demais, com tempo de menos para o lazer e diversão.
continuam acelerando sem saber onde a estrada vai chegar ou se seus carros vão ter mesmo airbag e freios abs.
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