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parada gráfica acontece em porto alegre neste fim de semana

Orlando

21/11/2013 13h55

parada 01

a cena dos quadrinhos, ilustração e artes gráficas está quentíssimo.
isso, claro, se depender da rapaziada que anda produzindo loucamente e organizando eventos para que esse material todo chegue ao público formado por fãs e consumidores.
o brasil sempre produziu uma quantidade estratosférica de materiais que tinham como o destino o esquecimento dentro de gavetas.
sempre existiram ações individuais mas são os coletivos que dão o novo tom juntando a força desses produtores, participando e organizando feiras e mostras em todo o país.
neste fim de semana acontece mais um evento, o parada gráfica, em porto alegre.
organizado por nik neves e rafael sica em parceria com o museu do trabalho, o evento traz feira, debates, oficinas e uma exposição de fabio zimbres.
veja a programação logo abaixo da entrevista com nik neves:

blogdoorlando – o que é a parada gráfica?
Nik Neves – Evento que procura abarcar de um modo amplo uma mesma paixão: a matéria impressa, seja o livro, a revista, o zine ou a impressão gravada.
Não é só uma feira gráfica ou uma convenção de quadrinistas, mas alcança esse público também. Nosso foco é a produção independente, aproximando e exibindo quem produz trabalhos pessoais, de maneira muitas vezes solitária.

Parada 02

blogdoorlando – o rio grande do sul é um celeiro de desenhistas e o museu do trabalho é um grande incentivador. como se deu essa parceria?
Nik Neves – A iniciativa de fazer algum evento relacionado as artes gráficas partiu do Hugo, do Museu do Trabalho, e de certa forma expandimos essa ideia e buscamos uma solução viável para um tema tão amplo em um tempo tão curto. O Museu tem uma ligação muito próxima com tudo o que é produzido nesse campo do desenho, dos quadrinhos, grafite, ilustração e principalmente gravura. A Parada Gráfica busca também uma renovação, porque existe sim uma tradição nesse campo gráfico por aqui mas nenhum evento propôs esse tipo de conexão entre as áreas que tem muito em comum.

blogdoorlando – no brasil não existe um mercado real de quadrinhos mas, mesmo assim, a produção é imensa. a que vcs acham que isso se deve?
Nik Neves – Eu acho que existe sim um mercado em expansão, por conta de editoras que vêem nos quadrinhos um potencial de até mesmo se manter vivas financeiramente.
Vejo pela produção atual que o trabalho independente também é muito valorizado, mas esse tem acesso e distribuição mais difíceis, já que são poucas as livrarias especializadas em quadrinhos.
Acabei de voltar do Festival de Quadrinhos do Brooklyn, em Nova York, onde se falava desse mesmo problema, a distribuição dos pequenos editores, ou mesmo dos próprios auto-editores, como é o caso também aqui. Os festivais, onde quer que estejam, tem esse papel também de conectar pessoas que tem interesses comuns e amplificar os ruídos isolados.

Parada 03

blogdoorlando – de que forma um evento como esse pode contribuir para que os artistas sejam mais valorizados no mercado?
Nik Neves – Acho que um evento ajuda a apresentar para um público que não conhece muito ou as vezes tem uma visão até deturpada da gama ampla dessas áreas gráficas todas. É um mundo que mesmo quem gosta de quadrinhos acaba tendo seus recantos preferidos, o que é natural. O que na minha opinião importa é não se basear pelo mercado, ele deve ser conseqüência natural, se acontecer. O trabalho autoral e independente tem uma força criativa que vai muito além das limitações mercadológicas, é um dos meus recantos preferidos no universo dos quadrinhos justamente por ser aberto, sem muros ou limitações (limitações só financeiras, na verdade).

blogdoorlando – uma exposição do fabio zimbres quase chega  ser natural por sua atuação na cena gaúcha, não é?
Nik Neves – Foi meio unanimidade, é um cara que tem um trabalho extremamente complexo e que navega por campos que foram um dia tão distantes, as artes plásticas e os quadrinhos.
É um privilégio ter ele abrindo o evento e ainda fazendo um cartaz especialíssimo em serigrafia.

blogdoorlando – este será o primeiro de uma série de paradas gráficas ou será um evento único?
Nik Neves – A ideia é seguir por muitos anos, e fazer a coisa crescer mas mantendo a idéia original do "faça você mesmo", princípio punk e fanzineiro que tem que estar no DNA de quem busca independência criativa, e para ser honesto nunca o mundo esteve tão repleto de ferramentas para se fazer por conta própria tanta arte, música, livro, etc. Espero no ano que vem ter aqui em Porto Alegre muita gente de fora do estado e do país.

Parada 04

Oficinas:

Narrativa não-linear – oficina de quadrinhos sem roteiro
Com Rafael Sica e Nik Neves
Dia 24, domingo, das 15h às 19h
Idade mínima: 12 anos / Gratuito
A proposta de exercício narrativo que tem como ponto de partida a sugestão através da imagem. Expectativa fragmentada, conceito diluído, convenções de linguagem, associações mentais, convergência de sentidos, saltos atemporais são conceitos abstratos que serão aplicados e discutidos nessa oficina de criação livre de quadrinhos onde não existe roteiro e o tempo não corre de forma linear. É necessário levar material de desenho, lápis, canetinhas ou pincéis (a critério do aluno) papel, tesouras, fitas adesivas, cola branca.

Xilogravura – Gravação e impressão
Com Gustavo Freitas e Graziela Salvatori
Dia 23, sábado, das 15h às 19h
Idade mínima 16 anos / Gratuito
A oficina será uma experiência na gravação e impressão de uma matriz de xilo no espaço próprio do Museu do Trabalho, onde são feitas as gravações de inúmeras gravuras e xilos. Material por conta da oficina. Uma matriz e duas cópias por participante. Uma cópia fica para a oficina.
Não é necessário fazer inscrição antecipada. É só chegar!

Ponta Seca em matriz alternativa – Gravação e impressão
Com Glaé Macalós e Marcelo Lunardi
Dia 23, sábado, das 15h às 19h
Idade mínima 12 anos / Gratuito
Mesma orientação da oficina de Xilogravura

Painéis:

Painel "Ilustração Autoral" – Dia 23, sábado, às 19h
A ilustração tem desde a sua origem uma função prática de representar visualmente situações, lugares, pessoas dentro de um determinado contexto. O ilustrador, como criador dessas imagens, muitas vezes foi visto como um reprodutor e não um criador. Na segunda metade do século XX até hoje a ilustração ganha status de arte talvez pela primeira vez na sua história. São artistas com investigações pessoais os responsáveis por essa mudança de conceito? E se existe distinção, quais as escolhas e caminhos que definem o trabalho autoral e o trabalho feito sob encomenda? A discussão será em torno dessas e outras questões. Moderador: Nik Neves

Carla Barth é ilustradora e participou de inúmeras mostras no Brasil e exterior, em centros culturais e galerias nos EUA, Espanha, França, Itália, Taiwan e Colômbia. Ministrou cursos e palestras sobre arte pública, processo artístico, desenho e escultura. Fez parte de publicações como as revistas Juxtapoz (EUA),+SOMA (BR), G.O.B (EUA), Clam Magazine (FR), Amelia's Magazine (UK), além dos livros Xirogravuras e dos Monstros editados pela Choque Cultural (SP).
Carlo Giovani é Ilustrador premiado e reconhecido no meio editorial e publicitário brasileiro. Possui um trabalho autoral original e que escapa do formato bidimensional do desenho partindo para esculturas, recortes de papel, fotomontagens e outras experimentações no campo tanto da ilustração quanto da animação.
Orlando Pedroso é artista gráfico e ilustrador. Trabalhou com praticamente todas as publicações da grande imprensa, e foi ilustrador do jornal Folha de S. Paulo de 1985 a 2011. Já ilustrou mais de 60 livros infanto-juvenis e é co-autor de "Livro dos Segundos Socorros" e "Não quero dormir" – finalista do prêmio Jabuti de 2007 nas categories "ilustração" e "melhor livro". Foi vencedor do Prêmio HQ Mix de melhor ilustrador nos anos de 2001, 2005 e 2006, e Artista Homenageado no FIQ – Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte de 2007. Em 2008, faz uma exposição retrospectiva de 30 anos de trabalho como artista convidado do 35º Salão de Humor de Piracicaba. Faz parte do conselho da SIB – Sociedade dos Ilustradores do Brasil.

Painel com autores da revista "Kamikaze" – Dia 24, domingo, às 19h
A revista Kamikaze circulou em Porto Alegre entre os anos de 1986 e 1988. Nas suas seis edições, a proposta foi sempre inovar a linguagem tradicional dos quadrinhos com histórias criadas coletivamente, adaptações gráficas de músicas além de experiências que foram além do campo da matéria impressa, como os "comic clips", uma forma de performance onde projeção de desenhos e músicas tocadas ao vivo formavam uma narrativa multimídia. O grupo original da revista era formado por Chico Machado, Alemão Guazzelli, Mauro Dorfman, Pedro Alice, Verde e Vit Nuñez .

Parada Gráfica – Bate papos, mostras, encontros
Dias 22, 23 e 24 de novembro.
Sexta, sábado e domingo, das 13h30 às 21h

Museu do Trabalho – Rua dos Andradas, 230 – Porto Alegre
Mais informações: (51) 3227 5196
www.museudotrabalho.org.br

Sobre o autor

Orlando Pedroso é artista gráfico e ilustrador, trabalhou com praticamente todas as publicações da grande imprensa. Foi colaborador da Folha de S. Paulo de 1985 a 2011. Ilustrou mais de 60 livros infanto-juvenis e é co-autor de “Livro dos Segundos Socorros” e “Não Vou Dormir” – finalista do prêmio Jabuti de 2007 nas categorias “ilustração” e “melhor livro”. Foi vencedor do Prêmio HQ Mix de melhor ilustrador nos anos de 2001, 2005 e 2006. Expôs nas mostras individuais como “Como o Diabo Gosta”(1997) , “Olha o Passarinho!”(2001), “Uns Desenhos” e “Ôtros Desenhos” (2007). Em 2008, faz uma exposição retrospectiva de 30 anos de trabalho como artista convidado do 35º Salão de Humor de Piracicaba.- É autor dos livros Moças Finas, Árvres e do infantil Vida Simples, e membro do conselho da SIB – Sociedade dos Ilustradores do Brasil.

Sobre o blog

Este blog trata de artes gráficas, ilustração, cartum, quadrinhos e assuntos aleatórios.

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