como querer lavignazear o que há de bom *
exatamente no momento em que as manifestações ainda repercutem, que professores estão na rua por melhores condições de trabalho, que a internet abre um leque infinito de troca de informações e que se discute como lidar com isso, um barco captaneado por paula lavigne, diretora do grupo procure saber, singra por águas turvas levando a bordo roberto, erasmo, caetano, gil, chico, djavan e milton.
a idéia é proibir a publicação de biografias não autorizadas. melhor, nas palavras da empresária dos músicos "se alguém quiser escrever uma biografia e publicá-la na internet sem cobrar, tudo bem. o problema é lucrar com isso."
bem, ela que entende muito de lucro deve saber do que está falando.
não consta que os músicos falem, cantem, gravem, dêem shows de graça ainda, mesmo quando citam terceiros.
o mercado de livros no brasil é indigente. um livro tem, em média, uma tiragem de 3.000 exemplares. mesmo que tivesse 100.000, teríamos que lembrar que vivemos num país com 200 milhões de pessoas.
no sábado, quando li o texto que foi capa da ilustrada, não consegui acreditar. exceto roberto carlos, todos tiveram algum tipo de problema com a censura militar. caetano, gil e chico se exilaram.
quem poderia imaginar que, em pleno raiar do século XXI estes senhores vestiriam suas casacas feudais e defendessem idéias como essa?
alguém aí se lembra de "é proibido proibir"?
a senhora lavigne é uma empresária agressiva e cuida de seu rebanho.
os músicos, a nata da mpb, entram numa barca furada sem tamanho ao defenderem a censura, ao limitarem o direito de pesquisa e criação e ao defenderem biografias chapa-branca.
djavan diz que "editores e biógrafos ganham fortunas (!!!!!) enquanto aos biografados resta o ônus do sofrimento e da indignação."
como é?
só vale ser artista público no aplauso? e de que medo djavan está falando?
para uma biografia falsa e mentirosa resta o rigor da lei. é assim que funciona. não a censura prévia.
censura intelectual ou econômica, aqui, tanto faz.
esse grupo tem uma história, uma importância que eles próprios deveriam respeitar.
queimar seus discos em praça pública não seria má idéia.
muito mais de acordo com os tempos em que estamos vivendo.
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