passagem de ônibus x aumento da gasolina: não são só R$0,50
são paulo sempre foi uma cidade difícil de se viver. muita gente, muito barulho, muita fumaça, muito estresse.
desde que deixou de ser a locomotiva industrial do brasil e passou a ser a capital dos serviços, a movimentação urbana aumentou drasticamente.
são milhares de pessoas visitando empresas, saindo para reuniões, indo almoçar com clientes, visitando feiras, cinemas, teatros, museus, restaurantes, etc.
o rush, que era o horário de pico logo cedo e no final da tarde, quando as pessoas iam e vinham do trabalho, deu lugar a um rush full-time formado por filas intermináveis de carros.
a prioridade pelo transporte individual chegou hoje à grande maioria dos municípios brasileiros. fica-se trancado no trânsito no rio, em porto alegre, bh, belém e até rio branco onde um trajeto feito em 15 minutos na ida demorou 1h30 na volta às 18h.
nem as pequenas cidades de interior escapam.
pior para todos os motoristas que não podem dizer mais "e aquele trânsito de são paulo, hein?".
todo mundo está bufando dentro de um automóvel.
mas, se são paulo era difícil, caminha (rarará!!) para um severo processo de imobilidade e as luzes de alerta se acenderam. em alguns lugares não se anda nem para frente nem para trás. aliás, em alguns momentos não se consegue sair da garagem já que, na rua, os carros fazem fila. parados.
com esse cenário realmente tenebroso, a prefeitura tenta agir rapidamente dentro do possível. não pode proibir as pessoas de usufruirem de seu bem financiado à duras penas nem pode derrubar parte da cidade para construir mais corredores de ônibus.
enquanto o alckmin ameaça processar a siemens, as obras do metro se arrastam a passos de tartaruga.
na corrida, improvisam corredores e espremem os carros em menos pistas.
bem feito.
quem mandou pedirem as bênçãos ao santo ipi baixo, o santo de pau-oco?
agora, mais uma: aumento de gasolina para subsidiar as passagens de ônibus.
acredito que soluções devem acontecer rapidamente e que alguém vai ter que se sacrificar no fim da história mas, caramba, já não chega de impostos?
não são só R$0,50, parodiando o movimento passe livre. são mais R$0,50 em cima do que já pagamos.
a destrambelhada carga tributária brasileira é uma das maiores do mundo e mesmo assim não temos nenhum retorno à altura.
não se consegue usar a cabeça e pensar numa outra solução que não essa de sempre? embutir um novo imposto num produto, mesmo que a gasolina que os espaçosos motoristas queimam diariamente, não me parece uma solução revolucionária ou inovadora. faz-se isso desde sempre.
aí eles acabam sendo incorporados definitivamente e, na próxima crise, inventa-se outro.
eu não sou economista nem nunca vou ser mas sei o que é pagar mais por tudo a cada anúncio desses.
são paulo sempre foi uma cidade difícil.
pelo jeito vai continuar sendo.
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