profissionais não podem ter medo de tabelas da garotada
baixada a poeira, me sinto um pouco mais à vontade para falar algo sobre a polêmica em torno da tabela de referência de preços organizadas por garotos estudantes (ou recém formados) de pelotas, rio grande do sul.
sabemos que escolas e, especialmente universidades, pouco têm contribuido para a formação de jovens que gostariam de se dedicar a qualquer tipo de profissão.
de certa forma, sempre foi assim e a formação sempre se solidificou com a experiência em ambientes de trabalho, observando os mais velhos e rodados.
mas hoje temos muitas variáveis. se as universidades já não se prestam pra nada além de oferecer diplomas que prometem colocar a garotada no mercado de trabalho (????), temos também estudantes pouco interessados, pouco curiosos e, pior, um mercado cada vez mais minguado e cruel.
sendo realista, mudou tudo. só não sabemos pra onde.
e isso vale para estudantes e profissionais.
todos estamos tateando num mundo onde não existirá mais empregos, não haverá patrão e empregados, não existirão benefícios trabalhistas nem nada. todos serão prestadores de serviço concorrentes uns dos outros.
ao mesmo tempo, a exigência diminui e, mesmo as grandes empresas, deixam de primar pela qualidade.
claro que isso é uma generalização mas não deixa de ser um retrato do momento que estamos vivendo.
e ao mesmo tempo que vivemos tempos de insegurança, há o fascínio de algo que está pra acontecer. tem um mundo novo a ser inventado e no qual vamos nos enquadrar.
dizem que quem nasce agora vai trabalhar, daqui a 25 anos, numa profissão que ainda não existe.
estamos todos dentro de caravelas tentando descobrir o caminho das índias!
essa insegurança, por outro lado, é o que pode ter motivado tamanho alvoroço contra a tabela de valores de design criada pelos garotos. se a situação já não está para peixe, como ficará com um documento que diz que tudo tem preço de banana?
calma.
a turma da gambiarra sempre descobriu como baixar custos. não precisa que os estudantes lhe passem uma tabela de preços.
na internet vc encontra o que quiser a preço de meia banana.
a tabela do sindicato dos jornalistas, por exemplo, nunca foi um retrato da boa esperança para nenhum profissional e sempre esteve aí, disponível.
profissionais experientes, se querem ser exemplo, devem mostrar isso com trabalho e exemplo e quem trabalha, tem pouco tempo de ficar com bate-boca na rede.
nada contra discussões. elas são saudáveis e acabam, pelo bem ou pelo mal, gerando outras reflexões.
garotos devem questionar, achar que está tudo errado e tentar re-inventar a roda. em tempos de empreendedorismo, os pelotenses foram pra rua.
não concordo com a pesquisa nem com o resultado mas esse resultado não é para mim, nem para qualquer outro que tenha anos de estrada.
eles vão ter tempo para aprender dando cabeçadas e se fazendo respeitar.
o tempo é senhor, como se sabe e, cá entre nós, tem gente muito boa e se esforçando entre eles.
um dos resultados desse carnaval todo foi um convite da quanta, escola de desenho aqui de são paulo, que convidou o kako d'angelo e a mim para falar com cerca de 30 inscritos, jovens estudantes e muito interessados.
parece que foi bacana e, mesmo não sendo lei, nem abrangendo todas as questões da profissão, a troca foi bastante boa.
aqui, a primeira parte da conversa.
bom proveito e esperem pela continuação.
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