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museu do trabalho, de porto alegre, é o paraíso das artes gráficas na terra

Orlando

22/04/2013 16h12

 

fachada do museu – fuetas de orlando pedroso

imagine um paraíso das artes gráficas na terra. imagine esse espaço dentro de um museu na cidade de porto algre, no rio grande do sul e vc encontrou tudo o que precisa.
um parque de diversões com prensas, mesas, impressoras, tintas, pedras litográficas, chapas de metal, telas de serigrafia, barro para modelar, arados, máquinas de tecelagem, correntes, cordas e tralhas ligadas à cultura do trabalho do homem.
o museu do trabalho é isso e um pouco mais porque tem o hugo que conduz o espaço, todos os mestres impressores e um sem número de artistas que orbitam em torno desse templo.
o museu do trabalho é onde as coisas acontecem em porto alegre. um imenso galpão com todos os equipamentos que um gravurista ou futuro gravurista precisa pra desenvolver seu trabalho.

eu mesmo tive a honra de fazer duas litos e uma exposição lá e digo com toda a certeza: não há lugar igual.

 

encarando a pedra – foto de cecília laszkiewicz

a pedra


o museu é mantido pelo consórcio da gravura que chega a são paulo e espera dos paulistas o mesmo encantamento de tantos outros colecionadores do resto do país.
abaixo, uma entrevista com hugo rodrigues, o homem que conduz o museu com mão de ferro e coração de mãe.

blogdoorlando – – o que é e como começou o museu do trabalho?
Hugo – É uma história longa, se alguém estiver interessado pode ver aqui  http://www.museudotrabalho.org/historico.html
Atualmente somos mais do que um museu propriamente dito, somos um centro cultural. Atuamos na área de artes plásticas e cênicas.

blogdoorlando -– e como o museu se mantém?
Hugo – Nossa principal fonte de receitas é o Consórcio de Gravuras, um sistema de venda periódica de gravuras a preço promocional, onde um grupo de associados mediante uma mensalidade recebe 10 gravuras por ano. Também temos um teatro, que locamos para apresentações de espetáculos, além de uma sala de dança para ensaios. Promovemos na oficina os cursos de gravura e escultura.

blogdoorlando -– quer dizer que qualquer pessoa pode ajudar na manutenção do espaço?
Hugo – Sim, qualquer pessoa que se associar ao Consórcio e frequentar as oficinas estará colaborando com a manutenção do espaço.

blogdoorlando -– que tipo de atividades acontece nas oficinas e como leigos e artistas podem aproveitar os equipamentos?
Hugo – Além dos cursos permanentes promovemos workshops para iniciantes. Vários artistas gravadores frequentam as oficinas, temos equipamentos e técnicos para litografia, xilogravura, serigrafia e gravura em metal.

 

blogdoorlando -– e como funciona o espaço de exposições?
Hugo – A agenda é composta a partir de convite aos artistas e de seleção das muitas propostas que recebemos. Atualmente realizamos seis mostras por temporada. Procuramos diversificar a programação, já mostramos videos, instalações, objetos, fotos, mas o desenho e a pintura predominam na pauta. Convidamos artistas locais e de outros estados e países. Temos uma atenção especial com os jovens artistas, já realizamos a primeira individual de vários.
Também são correntes exposições com artistas gráficos, já realizamos mostras bem significativas, individuais de Carlos Nine, Gonzalo Cárcamo, Jaca, Fabio Zimbres, Santiago, Edgar Vasques, um tal de Orlando e outros tantos. Esse ano estamos trazendo o carioca Lula Palomanes. Também já promovemos coletivas com argentinos, espanhois e gaúchos. Tivemos a coragem de expor Adão Iturrusgarai e Allan Sieber, mas é verdade que avisavamos aos pais na entrada da sala que a expo era imprópria para crianças. Do Allan fizemos uma de cartuns falando mal de gaúchos em plena Semana Farroupilha.

blogdoorlando -– o clube da gravura está se expandindo para são paulo. como funciona?
Hugo – Já temos uma modalidade para atender outros estados, temos sócios na Bahia, Rio e Brasília, já tivemos em São Paulo, José Mindlin foi associado.
Agora criamos um plano especial para São Paulo/capital, o Plano SP. Nele o associado receberá as gravuras à domicílio, em 3 lotes, o primeiro no final de maio, com 3 gravuras, depois em agosto, mais 3 gravuras, e o terceiro em dezembro, com 4 gravuras. Cada gravura tem o preço de apenas R$ 120,00. Por 120 pode-se ter uma lito do Rafael Sica, uma metal da Marina Camargo, serigrafias de Carlos Dias e Fabio Zimbres, que depois, por fora do Consórcio, vai custar R$ 500,00. O Consórcio é um ótimo meio de aquisição de arte, muito acessível. Aqui em Porto Alegre temos vários sócios muito jovens, pessoas que gostam de ter arte original nas paredes de casa, mas ainda não tem condições de comprar obras mais caras.
As infos, a lista completa dos artistas e inscrições pode-se ter aqui www.museudotrabalho.org/consorciogravura.html <http://www.museudotrabalho.org/consorciogravura.html>



blogdoorlando -– com as reformas e modernização das docas, quais as perspectivas do museu?
Hugo – O projeto Cais do Porto. A previsão é que fique pronto em 3 anos, até lá queremos reformar os galpões aqui do Museu também. Já estamos trabalhando nesse sentido, para começar fechamos uma parceria com a faculdade de arquitetura do IPA, grupos de alunos orientados pelos professores estão fazendo o levantamento do prédio. Um projeto de captação de recursos para a obra tem que estar pronto para o ano que vem. Se tudo der certo, em 2015 entramos em obras e quando o Cais estiver inaugurando, aproveitaremos os fogos deles para inaugurar a nossa reforma também.

blogdoorlando -– a quanto tempo vc está no comando do museu?
Hugo – Estou aqui desde 1987. Mas não mando nada, mais acato do que determino. Sou apenas o coordenador.

 

 

 

quem é hugo rodrigues
(Pampeiro, Santana do Livramento, RS, 1962).
Começou a trabalhar no meio artístico em 1987, como auxiliar técnico na Oficina de Gravura do Museu do Trabalho. Em 1990, a convite da direção do Museu assumiu o cargo de coordenador da oficina. Em 1991, acumulou o cargo de organizador da Sala de Exposições, onde já realizou neste período cerca de 150 mostras de artistas locais, nacionais e estrangeiros. Através do Museu do Trabalho levou exposições de artistas gaúchos a outros estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Santa Catarina) e países (Argentina, Uruguai e Chile), além de várias cidades do interior do Rio Grande do Sul (Caxias do Sul, Pelotas, Santa Maria, Bagé, Passo Fundo entre outras). Em 2008 assumiu como coordenador geral do Museu do Trabalho.

serviço:
Rua dos Andradas, 230
CEP 90020-000 – Porto Alegre – RS – BRASIL
Tel/fax (51) 3227-5196
Visitação: de terça-feira a domingo, das 13h30 às 18h30

 

 

 

Sobre o autor

Orlando Pedroso é artista gráfico e ilustrador, trabalhou com praticamente todas as publicações da grande imprensa. Foi colaborador da Folha de S. Paulo de 1985 a 2011. Ilustrou mais de 60 livros infanto-juvenis e é co-autor de “Livro dos Segundos Socorros” e “Não Vou Dormir” – finalista do prêmio Jabuti de 2007 nas categorias “ilustração” e “melhor livro”. Foi vencedor do Prêmio HQ Mix de melhor ilustrador nos anos de 2001, 2005 e 2006. Expôs nas mostras individuais como “Como o Diabo Gosta”(1997) , “Olha o Passarinho!”(2001), “Uns Desenhos” e “Ôtros Desenhos” (2007). Em 2008, faz uma exposição retrospectiva de 30 anos de trabalho como artista convidado do 35º Salão de Humor de Piracicaba.- É autor dos livros Moças Finas, Árvres e do infantil Vida Simples, e membro do conselho da SIB – Sociedade dos Ilustradores do Brasil.

Sobre o blog

Este blog trata de artes gráficas, ilustração, cartum, quadrinhos e assuntos aleatórios.

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