o jornal morreu. só falta deitar.
o jornal da tarde, símbolo de uma certa modernidade que nunca de fato vingou no jornalismo, acaba de entregar os pontos.
depois de 46 anos de circulação e bons serviços prestados, pendura as chuteiras e leva para seu túmulo o sonho de tantos que acreditaram que o jornalismo brasileiro sobreviveria a toda e qualquer intempérie.
não é fácil pra mim admitir isso.
eu que decidi desenhar profissionalmente quando percebi o que se fazia em páginas de jornais que, heroicamente, eram editados dia após dia, ininterruptamente. notícias, furos, criatividade, informação, opinião.
sempre adorei redação, a efervescência, as discussões, o barulho das teclas e dos telefones tocando sem parar. tudo isso se acabou como acabam as vendas em banca e as assinaturas.
as informações estão pulverizadas em centenas de blogs e sites, na grande maioria de ex-funcionários ou ex-colaboradores de grandes publicações.
pelo bem e pelo mal, ninguém mais é dono da verdade. ela está lá entre textos meticulosos ou achismos de toda ordem enquanto jornais se tornaram grandes fontes de informações das séries televisivas e de anúncios imobiliários.
o fim do jt não vai ser um enterro fácil.
inevitável, real e incontornável mas nota dolorosa no obtuário que muitos de nós não gostaria de ver especialmente porque ele morre não para nascer algo novo mas, sim, na certeza de que outros irão atrás, muito em breve.
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