parada gráfica, de porto alegre, acontece neste fim de semana
nos dias 1 e 2 de agosto acontece, no museu do trabalho em porto alegre, a terceira edição da parada gráfica, feira de zines, publicações e peças gráficas.
neste ano, muito maior, conta com mais espaço e mais de 100 expositores.
o museu do trabalho é ponto de referência na cena gráfica portoalegrense por conta da intensa atividade em suas oficinas de lito, serigrafia, gravura em metal, xilo e escultura além das exposições de arte contemporânea.
a parada gráfica mantém essa efervescência reunindo novos talentos e tendências das artes gráficas e se tornando um dos maiores pontos de encontro do brasil.
a exemplo da feira plana de são paulo, o evento abrigará artistas e editores de vários pontos do país. há representantes da argentina e uruguai também. acontecerão oficinas e debates. confira a programação abaixo.
para falar sobre a parada, falamos com fabio zimbres, um dos organizadores:
blogdoorlando – essa é a terceira parada gráfica. o que ela tem de diferente das outras?
Fabio – Ela aumentou de tamanho pq foi incorporada uma área nova do Museu que antes não foi usada. A inscrição foi massiva e tivemos que fazer um esforço extra para aceitar o máximo de participantes. Há uma área infantil com destaque o que antes não tinha. E mais espaço para as pessoas ficarem de bobeira descansando. A expectativa é que o público seja muito maior então há a preocupação de receber todo o mundo com conforto, editores e público.
blogdoorlando – tamanha quantidade de produções independentes mostra que as grandes editoras já não dão conta?
Fabio – As grandes editoras nunca deram conta, pode-se dizer. Seria injusto querer que elas publicassem tudo que a imaginação humana produz. Isso já era impossível antes das atuais técnicas de produção e propagação de imagens e textos e mais verdade ainda hoje em dia. Mas mais importante, mostra que os meios estão aí e as pessoas estão aproveitando e ainda mais importante, mostra que há um público com enorme curiosidade e interesse.
blogdoorlando – antigamente a garotada se dava por contente por fazer um zine de xerox. hoje quase tudo tem um acabamento profissional. mas e o conteúdo?
Fabio – Na verdade a garotada não se dava por contente com o zine de xerox. Existia sempre uma sensação tipo, bom, isso é o que dá pra fazer agora. O objetivo era conseguir rodar uma revista ou achar uma editora que gostasse do fanzine e topasse dar o próximo passo. Hoje em dia, na verdade, há uma valorização do fanzine de xerox, que é visto como um meio com suas próprias qualidades e não é mais uma etapa num processo maior. E essa é a característica desse momento: há vários meios disponíveis e cada um usa de acordo com seus interesses e possibilidades.
É verdade que o conteúdo não vai evoluir da mesma maneira que os meios gráficos, uma coisa é independente da outra. E também existe uma pressão do mercado que atualmente é mais receptivo ao formato livro que o formato revista (com a transferência dos quadrinhos das bancas para as livrarias, por exemplo) o que faz com que muita coisa pule do blog direto para o livro com lombada quadrada. Mas mesmo assim, existe toda uma experimentação que explora qualquer meio disponível e encontra nessas feiras a maneira de se apresentar fisicamente para o público.
blogdoorlando – como foi feita a seleção de expositores?
Fabio – Pensamos que se um cara de Salvador quer fazer todo o esforço de vir até a ponta do Brasil para mostrar seu material, nós devíamos dar um jeito de recebê-lo. Felizmente, esses editores ousados, em geral são de boa qualidade. E nos esforçamos para receber o máximo de expositores locais também porque achamos que o contato dos fanzineiros daqui com o público e os editores de fora é importante para que os autores cresçam. Essa vontade acabou pressionando para o aumento da feira. Mas tentamos manter o foco nas publicações, há toda uma turma explorando produtos diversos, de cadernos a camisetas, mas a prioridade da feira foi trazer primeiro as editoras e publicações: zines, livros e revistas.. E como o Museu tem uma relação tradicional com gravura, também demos uma atenção para o pessoal que quer expor xilos, serigrafias, tiragens de cartazes etc.
blogdoorlando – o museu do trabalho tem sido um ponto de encontro de novos talentos e de uma garotada bastante pilhada.
a que deve isso?
Fabio – A informalidade das relações dentro do Museu ajudou a criar esse espaço voltado para as questões da criação e da criatividade e isso sempre vai atrair os criadores, sejam jovens ou mais experientes. O Museu é auto sustentável financeiramente e isso possibilita que as decisões, desde a programação das exposições na galeria até a maneira de gerenciar as oficinas de gravura e escultura, sempre tem o foco voltado para a criação.
blogdoorlando – o museu se mantém pelos sócios e pelo clube de gravura. economicamente, o que significa a parada?
Fabio – A Parada nasceu através do encontro do Hugo, diretor do Museu, com os desenhistas Nik e Rafael Sica e eu acredito que o propósito se encaixa na missão que o Museu do Trabalho tomou para si: manter um espaço independente voltado para a arte que sirva a comunidade de artistas (brasileiros) e o público portoalegrense. Para viabilizar a existência da Parada o Museu não pode contar apenas com seu orçamento normal e para isso parte para uma rede de apoiadores e financiadores entre os amigos e colaboradores do Museu, o que mostra como a comunidade entende essa missão do Museu e participa colaborando com as propostas que o Museu lança.
blogdoorlando – a parada gráfica dialoga com outras feiras do tipo? no que vc acha que vai dar isso?
Fabio – Esse fenômeno das feiras é mais ou menos recente e as pessoas estão aos poucos procurando entender e fazer evoluir as possibilidades que essas feiras propiciam. Nesse ano a Bia Bittencourt (Feira Plana) e o Augusto Botelho (Dente) vão compor uma mesa imaginada pelo Hugo onde as Feiras vão ser o assunto, a partir do ponto de vista de quem organiza essas feiras. Vai ser uma oportunidade de discutir esse assunto, não apenas a partir da experiência de quem produz as feiras mas também de quem só produz os zines (os dois, Bia e Augusto, claro, também são produtores de zines) e do público que visita as feiras e que devem estar sentados na arquibancada do Teatro do Museu para essa conversa.
Essas feiras não são apenas a oportunidade de se travar contato com esses produtos de papel, de vender e comprar esses produtos, mas também é uma oportunidade dos autores se encontrarem e gerarem projetos futuros. O que isso tudo vai dar pode estar sendo gerado exatamente pelos encontros proporcionados pela Parada Gráfica nesse fim de semana.
PROGRAMAÇÃO:
Exposição de abertura: A Máfia Líquida
Dia 31 de julho, sexta, das 19h às 22h
No Solar Coruja
Rua Riachuelo, 525
Centro Histórico
Porto Alegre
A Máfia Líquida é um coletivo formado em São Leopoldo, RS. Ativo desde 2007,
foi inicialmente concebido como uma festa que servisse de pretexto para a produção
de cartazes em serigrafia. Desde então as atividades do grupo se expandiram e
hoje englobam, além das festas e cartazes, atividades multidisciplinares no campo
do design e das artes visuais, incluindo intervenções em locais públicos,
campanhas políticas fictícias, fanzines e projetos comerciais sortidos.
A mostra traça a trajetória de produção do coletivo em paralelo à realização de suas festas
até os dias atuais, incluindo todo seu acervo de produção em serigrafia e demais artefatos
gráficos como flyers, revista e cartazes, além de um bom número de esboços e originais.
O 'núcleo duro' do grupo atualmente é composto por Sergio Rodriguez (artista visual), Filipi Filippo
(designer e músico), Diego Gerlach (cartunista e designer) e José Fonseca (músico e produtor).
Em diferentes ocasiões, a Máfia agrega membros honorários para projetos específicos.
Visitação: quintas, sextas e sábados, das 18h às 23h.
Até 29 de agosto de 2015.
Mesa de Conversa
Augusto Botelho e Bia Bittencourt.
Mediação: Orlando Pedroso
A cena das publicações independentes no Brasil está em ebulição, e as feiras de artes gráficas são o
termômetro, o lar, a vitrine e a celebração dessa cena, além de ajudar a manter as editoras financeiramente
saudáveis. O tema da Conversa é justamente esse momento na visão de quem organiza essas feiras.
Sábado, 1 de agosto, às 19 horas.
No Teatro do Museu do Trabalho
Bia Bittencourt, 29 anos, estudou Artes Plásticas e fez mestrado em Audiovisual na Escola de
Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Trabalhou como produtora
de promo e gráficos na MTV Brasil e foi editora da TV Folha na Folha de São Paulo.
Atualmente participa de feiras internacionais de livros de arte, representando editoras brasileiras,
como New York Art Book Fair no MoMA Ps1 e na Libros Mutantes em La Casa Encendida em
Madrid, Espanha. É idealizadora e curadora da Feira Plana, a maior e mais importante feira de publicações
independentes do Brasil que acontece anualmente no Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo.
Augusto Botelho, 24 anos, estudou Artes Plásticas na Universidade de Brasília – UnB.
É um dos editores da MÊS, editora independente que começou em 2013 através
da publicação da zine "MÊS". Publicou tiras semanais na página do facebook Batata Frita Murcha
e teve trabalhos publicados na revista A ZICA, 3 e 4; na segunda edição da revista 'Pesadelos Metafísicos".
Publicou "O Aguardado", primeira história longa em que revisita lendas brasileiras dentro do atual
contexto político do país. Participou do 8º FIQ – Festival Internacional de Quadrinhos; a
s três edições da Feira Plana, em SP; três edições do Encontro de Zines e Publicações Independentes
do Par de Ideias, em BsB; a segunda edição da Feira Pão de Forma, no Rio; na quarta edição
do Ugra Zine Fest em SP; e em várias feiras locais no DF. É um dos organizadores da DENTE,
feira de publicações, que teve sua primeira edição realizada em Junho de 2015,
em Brasília, e contou com 35 editoras, selos e artistas da cidade e de outros estados.
Oficinas
Sábado, dia 1 de agosto, a partir das 14h30
Desenho Compulsivo
com Gabriel Góes
Integrante do coletivo Sindicato, em Brasília, fez parte do grupo que criou e editou a revista Samba e é um dos responsáveis
pelo Fabio Zine, adaptou com Arnaldo Branco as peças de Nelson Rodrigues, Vestido de Noiva e Beijo no Asfalto.
Exercitar uma fluência e naturalidade (desapego) no desenho a partir de uma produção em quantidade
(compulsiva). No fim, o material selecionado vira um zine. Para desenhistas.
Ponta-seca
com Marcelo Lunardi
Formado em Artes Visuais pela ULBRA. É o responsável pela oficina de gravura
em metal do Museu do Trabalho e impressor no atelier da Fundação Iberê Camargo.
A oficina será uma experiência na gravação e impressão de uma matriz.
Uma matriz e duas cópias por participante. Para leigos em gravura,
mas que tenham desenho.
Serigrafia Alternativa
com Itapa Rodrigues
Artista visual e músico, ministra oficinas de Serigrafia Alternativa desde 2005.
É uma versão da serigrafia industrial mais voltada para o artístico,
mais adaptável a espaços reduzidos e com custos menores,
e mais relacionada também com o reaproveitamento de materiais.
Nessa atividade se experimenta a gravação de telas com a luz do dia,
dispensando o uso de mesas de gravação, o uso de artes-finais em forma
de fotocópias ou recortes e a impressão com tintas à base de água.
Domingo, 2 de agosto, a partir das 14h30:
Gravura em Vidro
com Ottjörg A.C.
O artista alemão é formado em Artes Visuais pela Universidade de
Belas Artes de Berlim e foi aluno de Rolf Szymanski e Alfred Hrdlicka.
Gravação em matriz de vidro e impressão.
A oficina é dirigida a quem já possue experiência com as técnicas de gravura.
Estamparia com Carimbo para Crianças
com Luciana Pinto
Designer Visual formada pela ESPM de Porto Alegre, com
especialização em Design de Superfície pela UFRGS.
Exercitar a capacidade de desenho e criação das crianças.
E desenvolver seu próprio carimbo para impressão manual.
Materiais por conta da professora.
Para crianças de 5 a 10 anos.
Todas as atividades são gratuitas.
Atividades extras
Ilustre a contracapa da YOYO!!!
A equipe da revista infantil YOYO vai receber as crianças na Parada Gráfica
para desenhar e fazer colagens com flores e folhas.
Um dos trabalhos será escolhido para ilustrar a contracapa da
YOYO#5 que terá a Botânica como tema.
É só chegar!
Lista de expositores
Adauany Zimovski
Alexandre Carvalho ZHQ
Adri A. e Xablo Lutz
Amaro Abreu
Ana Paula Zonta
Antonio Mainieri e Filipe Rossetti
Argonautas Editora
Ateliê Midiológico – Belo Horizonte
Ateliê ReTina – Santa Maria/RS
Atelier Livre da PMPA
Augusto Abreu
Aura Curadoria Contemporânea
Avocado Edições – São Paulo
Azulejo Arte Impressa
Bebel Books + Ale Kalko – São Paulo
Beira Movida Editorial
Bendita Gambiarra – Rio de Janeiro
Bianca – Belo Horizonte
Byrata – Santa Maria/RS
Café Impresso – Curitiba
Calafia
Carine Wallauer
Carla Pilla
Carolina Veiga – Rio de Janeiro
Chocolate Notebooks – São Paulo
Coisa Edições
Coletivo Korja – Belo Horizonte
Coletivo Prensa – Santa Maria/RS
Coletivo Tomate
Coletivo Verruma – São Paulo
Coticoá – Santo André/SP
Desvio
Diego Medina
Diego Sanchez – Rio de Janeiro
DODO Publicações – Rio de Janeiro
Doutor Insekto – Santo Antônio da Patrulha/RS
Drunken Butterfly – Rio de Janeiro
Edições de Zaster – São Paulo
Edições
Porta Amarela – São Paulo
Editora Cachalote / Narval Comix – São Paulo
Editora Criatura – Rio de Janeiro
Editora Gato Preto – São Paulo
Editora Zouk
Equipe ELF – Rio de Janeiro
Ernani Cousandier – Bento Gonçalves/RS
Estúdio 6 Coletivo de Arte – Santa Maria/RS
Estúdio YOYO – São Paulo
Fabiano Gummo – Canoas/RS
Fabio Mariano – São Paulo
Faca na Manteiga
FestFoto
Gabriela Gil – São Paulo
Galeria Hipotética
Gilberto Tomé / Gráfica Fábrica – São Paulo
Leidson Rocha
GRAFAR
Guilherme Caldas – Curitiba
Guilherme Sommermeyer – Novo Hamburgo/RS
Hypnobooks
ITEM72ForCollectors – São Paulo
Ivan Riskin – Buenos Aires
Jacqueline De Boni
João Azeitona
Jornal Relevo – Curitiba
Jubarte Mugidor – São Paulo/Porto Alegre
Juliana Monteiro Montenegro – Rio de Janeiro
Katnip Press – Rio de Janeiro
Laura Loyola – Rio de Janeiro
Lezma Records
Lídia Brancher
Lote 42 – São Paulo
Máfia Líquida – São Leopoldo/RS
Maldito Ofício
Maria Nanquim – São Paulo
Mario Pirata
Mayra
Flamínio – Curitiba
Mês – Brasília
MZK – São Paulo
Músculo
Nik Neves
Noia Coletiva – Caxias do Sul/RS
Norbert Heinz – Guarapuava/PR
Otto Desenhos Animados
Outprint (Farofa) – São Paulo
Papelera
Patrick Antunes – São Paulo
Pedro Balboni – São Paulo
Pedro Marodin
Pipoca Press – Rio de Janeiro
Piti Dutra
Projeto Circular – Novo Hamburgo/RS
Quarto Ambiente
Rafael Corrêa
Rafael Sica – Pelotas/RS
Rejunte – Florianópolis
Revista Aerolito – Brasília
Revista Beleléu – Rio de Janeiro
Rio Tesa – São Paulo
Rodrigo Chaves
Ronaldo Dias – Vacaria/RS
Samanta Flôor
Selo Editorial Outras Dimensões – Rio de Janeiro
Selo Piqui – Brasília
Selo Rabanete + Chupa Manga Records
Silvo
Sindicato – Brasília
Sociedade da Prensa – Salvador
Sylvio Ayala – São Paulo
Tobias Barletta – São Paulo
Tonto / Fabio Zimbres
Tridente
Gervasio Troche – Montevideo
Tuchi
Usina das Artes – Rio Grande/RS
Waldemar Max – Gravataí/RS
Walter Pax
Xadalu – Alegrete/RS
Zine George
*Participantes sem indicação de local são de Porto Alegre.
______________________________________________
Patrocínio:
Cerveja Coruja
Bilhar Porto Dez
Serigrafia Gaúcha
Ossip Cidade Baixa
Apoio:
Atelier de Massas
Atelier Serigráfico
BD Divulgação
Boteco Histórico
Goethe-Institut Porto Alegre
Noz Cozinha Vegetariana
Tango Sabores de Uruguay
Ficha técnica:
Seleção: Fabio Zimbres, Nik Neves e Rafael Sica
Release: Bebê Baumgarten
Divulgação: BD Divulgação
Cartaz Parada Gráfica 2015: Lídia Brancher
Serigrafia do cartaz: Xadalu
Design identidade: Nik Neves
Design zine: Fabio Zimbres
Marcenaria: Henrique Pasqual
Elétrica: Paulo Pereira
Técnico de luz e som: Charle
Atendentes: Lucio Gastal e Manoela Rodrigues
Auxílio luxuoso: Julio Zanotta
Assistente geral: Anne Fahlke
Produção: Museu do Trabalho
Uma promoção do Museu do Trabalho
www.facebook.com/aparadagrafica
Museu do Trabalho
Rua dos Andradas, 230
Centro Histórico, Porto Alegre
Terça a sábado das 13h30 às 18h30
Domingos e feriados das 14h00 às 18h30
(51) 3227 5196
museu@museudotrabalho.org
www.museudotrabalho.org
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