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sebastião salgado, a vida de artista não é doce!

Orlando

02/11/2016 11h16

o fotógrafo sebastião salgado, do alto de seus 72 anos, decretou que a fotografia deixará de existir em 20 ou 30 anos.
todos sabemos, que além dos dinossauros, o que foi pro saco mesmo foram a linotipo, o past-up e os orelhões de rua.
o resto continua por aí de uma forma ou de outra.
é verdade que a fotografia virou outra coisa, um clique atrás do outro, imagens perdidas em celulares ou hds.
mas isso é fotografia?
são registros, anotações como as dos diários dos adolescentes. imagens com outra pretensão que não registrar caras e bocas.
decretar o fim da fotografia por conta da tecnologia ou por estar acessível a todos, parece exagero.

todo mundo pode riscar algo enquanto está no telefone, pode rabiscar muros, pintar camisetas.
isso não faz dessas pessoas artistas. pintores, ilustradores, cartunistas e, por que não, fotógrafos, são pessoas que usam sua sensibilidade e ferramentas para dizer algo diferente das fotos de família ou de turma no bar.
e essas ferramentas estão aí para serem usadas a nosso favor.
o perigo é o sujeito acreditar que uma super lente ou um mega blaster computador vai dizer algo. e isso acontece muito.
fotos ou desenhos ultra bem acabados mas sem sentido nenhum sempre existiram e vão continuar existindo pelo simples fato de que muita gente não tem o que dizer apesar do domínio técnico.

a fotografia, o desenho, o cinema, a tv, o teatro, a literatura sempre estarão passando por mutações. é inevitável.
o que temos a dizer é que continua sendo o mistério dessas profissões.
a profissão do artista é surpreender e isso nem sempre é doce.

Sobre o autor

Orlando Pedroso é artista gráfico e ilustrador, trabalhou com praticamente todas as publicações da grande imprensa. Foi colaborador da Folha de S. Paulo de 1985 a 2011. Ilustrou mais de 60 livros infanto-juvenis e é co-autor de “Livro dos Segundos Socorros” e “Não Vou Dormir” – finalista do prêmio Jabuti de 2007 nas categorias “ilustração” e “melhor livro”. Foi vencedor do Prêmio HQ Mix de melhor ilustrador nos anos de 2001, 2005 e 2006. Expôs nas mostras individuais como “Como o Diabo Gosta”(1997) , “Olha o Passarinho!”(2001), “Uns Desenhos” e “Ôtros Desenhos” (2007). Em 2008, faz uma exposição retrospectiva de 30 anos de trabalho como artista convidado do 35º Salão de Humor de Piracicaba.- É autor dos livros Moças Finas, Árvres e do infantil Vida Simples, e membro do conselho da SIB – Sociedade dos Ilustradores do Brasil.

Sobre o blog

Este blog trata de artes gráficas, ilustração, cartum, quadrinhos e assuntos aleatórios.

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