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jam session de quadrinhos vai ser lançado e corre atrás do guinness book

Orlando

01/09/2014 21h57

dani baptista e gualberto costa são figurinhas carimbadas do universo das histórias em quadrinhos no brasil e, em especial, da cena paulistana.
sempre antenados e participantes dos grandes movimentos de quadrinhos no país, são os proprietários da hqmix livraria, nome que vem do evento que premia, anualmente, todos aqueles que se destacaram na área durante o ano e que eles ajudaram a criar.
há mais de 10 anos os dois alimentam um projeto: uma jam session cujo ponto de partida era o nome "o crime do teishouko preto" com uma personagem do bairro da liberdade em são paulo, chamada "fumiko"criada por gual.
a partir daí, mais de 500 desenhistas, veteranos e novatos, foram, um a um, criando uma história que não se sabia (talvez nem se sabe ainda) onde vai dar.
duas pistas para esse mistério: uma é o catarse. outra, o guinness book.

o projeto está captando para produzir um número limitado de exemplares dessa verdadeira enciclopédia do desenho brasileiro.
ao mesmo tempo, se inscreve no guinness como o projeto coletivo com o maior número de participantes do planeta.

abaixo, entrevista com dani e gual:

blogdoorlando – esse projeto já nasceu como uma jam?
Gualberto Costa – Sim. Quando a minha filha mais velha era pequena, eu sempre deixava em baixo da cama dela uns bilhetinhos com personagens que eu criava. Resolvi, então, juntar alguns desses personagens numa página de quadrinhos. Dei o título de "O Crime do Teishouko Preto", pois tem um delito e mistério. Inventei a palavra Teishouko (que não existe), que instiga a curiosidade e imaginação das pessoas, com a intenção de ver a continuidade que os artistas dariam.

gualberto costa

gualberto costa

blogdoorlando – como surgiu a idéia do teishouko preto?
Gualberto Costa – A ZAp Comix, fazia essa brincadeira deliciosa com seus artistas (Crumb, Gilbert Sheton e outros). O Balão também fez esse tipo de experiência em algumas de suas edições, com seu grande elenco como: Paulo Caruso, Luiz Gê, Laerte, Xalberto, Chico Caruso entre outros. Então decidimos fazer uma Jam Session de quadrinhos que reunisse toda uma geração de artistas brasileiros!

blogdoorlando – e como foram escolhidos os primeiros participantes?
Gualberto Costa – Começamos com os artistas mais próximos e a história foi ficando cada vez mais instigante. Cada um queria perpetuar um novo personagem para deixar sua marca, as interpretações de crime, foi virando um quebra-cabeça e como uma investigação de filme policial, até em universos paralelos  e o interesse dos artista em participar foi crescendo.

spacca

spacca

blogdoorlando – houve períodos de grande produção e momentos de hiato. quanto tempo durou essa jam?
Gualberto Costa –  Essa Jam já existe há mais de 10 anos. A história passava de um desenhista pro outro, já viajou Brasil afora e já se extraviou pelo caminho. Já tivemos que implorar para alguns artistas para que devolvessem as páginas que desapareciam por meses. Com a abertura da HQMIX Livraria, começamos a fazer eventos periódicos, em que convidávamos e agendávamos, de uma em uma hora, artistas para desenharem suas páginas, com o público presente, se transformando em um verdadeiro workshop de quadrinhos. Além da discussão e criação dos roteiros cada vez mais interessantes, os artistas eram desafiados, pois o grau de dificuldade de criar uma nova página, sem cair no óbvio, que faça algum sentido e cumprir sua missão para desafiar o próximo era cada vez maior!

laerte

laerte

blogdoorlando – como todo trabalho coletivo ele tem altos e baixos e a história anda para lá e para cá. houve uma tentativa de se manter uma certa unidade?
Dani Baptista – Deixamos os autores livres para fazerem seus roteiros. Apenas pedimos que mantivessem a protagonista da HQ, Fumiko, uma estudante japonesa, e acabou virando um prazer para cada um criar sua própria Fumiko.

andré kitagawa

andré kitagawa

blogdoorlando – e tem alguma história engraçada nesse tempo todo?
Dani Baptista – Esses encontros de desenhistas e público madrugadas adentro geraram as maiores insanidades. Um cara, no meio da madrugada – e já estavámos a duas noites virados – não parava de elogiar a página de um artista. A gente ficou desconfiado e de olho nele. De manhã demos uma cochilada e de repente o cara catou a página e fugiu da livraria. Saímos à caça mas ele sumiu. Ligamos pra ele e deixamos recado dizendo que a polícia ia baixar na casa dele. Umas três horas depois ele apareceu com cara de cachorro que caiu do caminhão de mudança e com a HQ embaixo do braço!

blogdoorlando – o projeto está no catarse. como vai funcionar a distribuição dos exemplares? vai ser colocado à venda?
Dani Baptista – A tiragem que faremos, será basicamente para atender a demanda de recompensas de cada colaborador e daremos um exemplar para cada artista participante da Jam. A distribuição depende da recompensa escolhida no catarse: alguns enviaremos pelo correio, outros serão retirados na Comic Con Experience e outros na Devir Livraria, que sempre nos apoiou deste o começo do projeto.

luiz gê

luiz gê

blogdoorlando – quando se decidiu que era hora de a história chegar ao fim?
Dani Baptista – No momento que vimos que havia essa categoria para bater o Record no Guinness e a nossa história já havia ultrapassado esse record de lavada.
A história ainda vai ser fechada durante o período de arrecadação do catarse, pois ainda temos novidades, mais 14 artistas que participarão da história para dar um desfecho nesse primeiro livro. Aguardem!

 

 

marcelo braga

marcelo braga

 

para colaborar no catarse:

http://catarse.me/pt/jamsessiondequadrinhos

https://www.facebook.com/pages/Jam-Session-O-Crime-Do-Teishouko-Preto/298053970366336?ref=hl

 

 

 

 

 

Sobre o autor

Orlando Pedroso é artista gráfico e ilustrador, trabalhou com praticamente todas as publicações da grande imprensa. Foi colaborador da Folha de S. Paulo de 1985 a 2011. Ilustrou mais de 60 livros infanto-juvenis e é co-autor de “Livro dos Segundos Socorros” e “Não Vou Dormir” – finalista do prêmio Jabuti de 2007 nas categorias “ilustração” e “melhor livro”. Foi vencedor do Prêmio HQ Mix de melhor ilustrador nos anos de 2001, 2005 e 2006. Expôs nas mostras individuais como “Como o Diabo Gosta”(1997) , “Olha o Passarinho!”(2001), “Uns Desenhos” e “Ôtros Desenhos” (2007). Em 2008, faz uma exposição retrospectiva de 30 anos de trabalho como artista convidado do 35º Salão de Humor de Piracicaba.- É autor dos livros Moças Finas, Árvres e do infantil Vida Simples, e membro do conselho da SIB – Sociedade dos Ilustradores do Brasil.

Sobre o blog

Este blog trata de artes gráficas, ilustração, cartum, quadrinhos e assuntos aleatórios.

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